Nuvem do acaso
Quase nada de um pouco de tudo.
A Gaiola Dourada
A condecoração de Cristiano Ronaldo com a ordem do Infante D. Henrique, os trejeitos da primeira dama, o mini comité com os netinhos presidenciais, lembraram-me algumas situações de um filme luso francês recentemente exibido sobre um casal emigrante em Paris, ela porteira e ele pedreiro.
As situações apresentam paralelismos: um potencial regresso às origens, o ambiente familiar, a influência do prestígio e do dinheiro nas relações sociais, mas também diferenças: a falta de autenticidade, de humildade e de verdade; o autoritarismo feminino; a presunção em todo o seu esplendor; a subserviência da “entourage”.
“Enfim, ç´est la vie n´est ce pas?”.
Mas a questão que poderá suscitar a curiosidade do cidadão (talvez não o devesse) é: qual o futuro dele?
Será , como no filme, que dadas as confessadas limitações orçamentais ( vivendo das suas parcas reformas de professores, como publicamente confessado) o casal regressa às origens, e volta, por exemplo, para Boliqueime?
Ou fica na capital presidindo a uma fundação (ou outro tipo de organização do mesmo género sustentada pelo erário do Estado), continuando” devotado à causa pública” e levando uma vida austera própria de necessitados?
Soluções estas ambas à medida de um ex-presidente da República (modelo Soares ou modelo Sampaio). Mas a imaginação política é enorme e outros modelos haverá certamente.
Ainda é cedo “mais nous verrons” mas sem surpresas de maior.
Certo, certo é que já levou uma lembrança sem ter que agitar um cartaz “CR7 dá-me a tua camisola”.