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Marcelo o Presidente "Papa Léguas" foi à China!

Quarta-feira, 15.05.19

Visita de Estado à China porquê? De acordo com o próprio, a China não é um aliado nem comunga dos mesmos interesses de Portugal na política internacional. Apenas é um país amigo, disse ele.

A China está a desenvolver uma estratégia própria, de poder económico, militar político. Quer voltar a ser potência imperial.

Xi-Jing Ping, o seu líder máximo, é o sucessor ideológico de Mao Tse Tung e os seus ideais são, confessadamente, antidemocráticos e antiocidentais. Em Portugal promoveu a compra de várias grandes empresas. Nas finanças, na energia, por exemplo.

O seu pai era amigo íntimo de Mao e, durante a Revolução Cultural, foi expulso do partido acusado de corrupção . O seu filho Xi foi exilado para o campo e o seu comportamento valeu-lhe o lugar que hoje ocupa. Não quiz vingar as malvadezas que fizeram ao pai, quiz demonstrar no dia-a-dia que era um leal seguidor de Mao e um obediente militante do Partido. Assim, chegou onde chegou.

A China é um enorme perigo para o Ocidente e nós, com Marcelo à frente, ignoramos essa realidade e e ele efectua incompreensíveis visitas de estado. Simples turismo com a desculpa de ir reforçar o interesse nacional. Ora, ora, pois, pois. 

Não resisto em republicar o meu blog de 2016. Aqui vai ele:

Copy of Papaleguas1.jpg

" Muito recentemente uma figura do poder afirmou que o Presidente Marcelo não era nenhum Papa do Governo. Também eu acho que não e, por isso, o título deste meu escrito nada tem a ver com dominância política ou religiosa mas sim com apetite.

A acção do Presidente Marcelo, mantendo a característica de simpatia, ambição e populismo, está a revelar outra faceta.

Marcelo quer beijar mais do que o Paulinho e alarga o leque muito para além das feiras. Marcelo quer visitar e apertar a mão a figuras que marcaram e marcam a História contemporânea.

Se Mandela fosse vivo ele já teria ido à África do Sul e não entendo porque não vai à Índia abraçar o Dalai Lama que para lá teve de fugir quando da incorporação forçada do Tibete na R.P.da China. Seria um verdadeiro acto de defesa da liberdade e de apoio à democracia, contrariamente ao que se passou na sua visita a Cuba. Mas os interesses económicos parecem não o permitir.

A este ritmo vai bater Mário Soares em milhas, quilómetros, léguas ou voltas ao Mundo.

Quem paga este gosto? Marcelo sabe que não ficou esquecida a sua ida ao Euro em avião do estado, viagem que se apressou a pagar. Assim, será, mais uma vez, o contribuinte a pagar em nome dos superiores interesses da nação portuguesa. Interesses quais? Políticos? Económicos? Nada o permite afirmar, nem a História, nem a situação de Portugal no mundo actual.

As personagens visitadas e a visitar estão quase todas no ocaso da vida política, como é o caso do Papa Francisco, de Fidel de Castro e da raínha Isabel II e julgo que talvez por isso Marcelo tenha pressa, embora a pressa seja uma caracteística muito sua.

O caso do rei Mohamed VI de Marrocos foi para mim uma enorme surpresa nos domínios da História e da religião. O reinado deste descendente do profeta vai durar provavelmente muito tempo, como o do seu pai o rei Hassan (que Mário Soares também condecorou, o que só adensa o mistério da reincidência de Marcelo).

O que se passa em Marrocos nada tem a ver, bem pelo contrário, com liberdade ou democracia. Eliminadas estas duas hipóteses, o que levou o Presidente de Portugal a condecorar o rei de Marrocos com o Grande Colar da Ordem de Santiago da Espada? Ao peito de Mohamed ficou uma Cruz no lugar do Crescente!

Ordem de santiago.jpg

Afinidades históricas existem muitíssimas mas todas elas com o oficial carimbo da guerra e da permanente hostilidade “(...) Marrocos, série de praças fortes, escola de soldados, fonte de permanentes conflitos, esteril em proveitos (...)”. As conquistas são particularmente violentas com terríveis massacres da população. Ceuta, Alcácer Ceguer, Arzila, Tanger, Stª. Cruz do Cabo Guer (perdida em 1541 com a chacina dos portugueses), Safim, Azamor, Mazagão...Portugal ocupou militarmente Marrocos durante 354 anos, desde 1415 até 1769. A presença portuguesa nunca foi aceite, a guerra foi constante desde a conquista de Ceuta em 1415 até à saída de Mazagão em 1769, passando pelo desastre de Alcácer Quibir em 1580.

Santiago Matamouros - Copy - Copy.jpg

Condecorar o representante máximo de um país que foi um dos maiores inimigos de Portugal é acto estranho que necessitaria, eventualmente, de uma pequena explicação. Condecorar um descendente do Profeta com uma cruz é quase insultuoso para ele e para a comunidade religiosa de que faz parte, ultrapassando neste domínio uma mera prenda de presunto pata negra.

Marcelo caiu de uma cadeira? Não.

Para quem o conhece, alia a inteligência à vaidade, a seriedade cultural ao discursivo jogo de cintura.

Marcelo que disse considerar-se um homem sensato, nunca o foi, ontem como candidato à C.M de Lisboa mergulhando no Tejo e, hoje, como máximo representante da diplomacia portuguesa.

Mohamed de Marrocos? Fidel de Castro? Meu Deus que mais irá acontecer e quantas mais léguas vai ele papar para satisfação da sua vaidade? "

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publicado por Alea às 12:22

Narcisismo político.

Sexta-feira, 01.02.19

São ambos narcisistas.

De acordo com as fábulas de La Fontaine, vão rebentar como rãs lisonjeadas ou vão deixar caír o queijo que têm trincado no bico.

“Maître corbeau sur son arbre perché havait dans son bec un fromage…”.

O queijo de um já caíu e o do outro, muito mais inteligente mas hipernarcisista como ele, irá, talvez e se Deus quiser (personagem que ele muito invoca), caír.

                                                 António-Cotrim-Lusa.jpg

Mas caír a favor de quem? Não há ninguém nos horizontes de esquerda ou de direita que seja uma “ameaça presidencial”. Uma chatice eleitoral.

Gostava muito que Marcelo Duarte Nuno levasse um valentíssimo pontapé no rabo, só que não há ninguém como alternativa! Ninguém o vê como ele realmente é. Só vêem as “selfies”, as beijocas. Só vêem o “presidente do povo” (como Sidónio, que o metia num chinelo académico, político, de coragem).

Índices estratosféricos de popularidade? Indiscutível, mas a “estratosfera”, lá muito em cima, não é a “atmosfera” daqui, a do dia-a-dia e do dia-a-dia que ele comenta.

Mete-se em tudo, tudo, mesmo onde não deve como maior magistrado da Nação.

Declarou que, eventualmente, não irá promulgar uma proposta de lei do governo sobre o Sistema Nacional de Saúde se esta não resultar de um acordo com os partidos da oposição. Será uma pressão sobre a AR?

Ele vai num TIR verificar as condições de trabalho dos motoristas que fazem as viagens Lisboa-Porto-Lisboa. A que propósito? Faz parte do poder executivo?

Ele tem a repentina vontade (vinda de Deus) de se recandidatar a um novo mandato se tiver saúde para isso, saúde divina e se não houver ninguém à sua altura para disputar o cargo. A que propósito Deus para além de uma assumida presunção?

A personagem acha que é o máximo, sendo apenas um muito bom (que, na minha opinião, não inspira confiança, o que poucos denunciam e muito poucos se apercebem).

As “selfies” e as beijocas são uma nebulosa e inteligente patranha.

O outro? O outro Sousa? O que se diz engenheiro?

                                       socrates.jpg

Uma besta, mas surgiu um outro juíz de seu nome Rosa que muito provavelmente vai eliminar, apagar, emails, conversas telefónicas, etc, enfim, um mundo de milhares e milhões de documentos acusatórios.

Resultado? Um “Uf, livrámo-nos desta” ou um “Que justiça é esta?" Ambas as reacções são expectáveis.

Mas este narcisista Sócrates nunca se livrará do labéu de “aldrabão corrupto.”

Nâo tenho pena dele, está riscado (por exclusiva culpa sua política e pessoal) dos contemporâneos homens de estado (mas há tantos passarões que por aí andam livres de suspeitas, como lindos passarinhos).

Também não tenho nenhuma pena do Marcelo Duarte Nuno porque tem o que o outro não tem, amigos/confrades poderosos, e porque ao seu narcisismo alia inteligência e objectivos políticos que não se compadecem com a vergonha.

Eles que o safem. Vão safá-lo.

Entre os dois, não tenho quaisquer dúvidas: o futuro safará Marcelo Duarte Nuno (que será reeleito mesmo que tenha declarado ainda como comentador televisivo ser contra dois mandatos sucessivos) e remeterá o Pinto de Sousa para o nada que ele é.

 

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publicado por Alea às 16:43

O escândalo da Tecnoforma

Terça-feira, 21.11.17

relvas e passos na tecnoforma.jpg

Em 2006 a Comissão Europeia atribuiu à empresa Tecnoforma e à ANAFRE (Associação Nacional de Freguesias) fundos para a realização de projectos no âmbito dos denominados Fundos Europeus (concedidos entre 2000 e 2013).

Nesse período de tempo Pedro Passos Coelho era administrador e consultor daquela empresa e Miguel Relvas desempenhava as funções de Secretário de Estado da Administração Local.

A ANAFRE subcontratou à Tecnoforma projectos integrados nos referidos fundos europeus.

Em 2015 a Comissão Europeia, através do seu gabinete antifraude (OLAF), lançou uma investigação sobre a gestão por aquelas entidades dos fundos que lhe tinham sido concedidos. Concluiu terem sido cometidos “graves irregularidades, ou mesmo fraudes” existindo suspeitas de corrupção, abuso de poderes e prevaricação.

O resultado final dessa investigação de 2015 foi agora conhecido em Portugal (“Público” de 12 de Novembro citado pelo “Expresso” on line de 13 de Novembro de 2017)

http://expresso.sapo.pt/revista-de-imprensa/2017-11-13-Tecnoforma.-Bruxelas-contraria-decisao-do-Ministerio-Publico-e-diz-que-houve-fraude

Em Portugal, O Ministério Público lançou em 2012 um processo de inquérito. Este conclui, em total contradição com os resultados da investigação da CE, não existirem factos que sustentem a prática de irregularidades, quer na Tecnoforma quer na implementação do Programa Floral. O processo foi arquivado alegando-se que parte dos factos já se encontrar prescrita 3 anos antes (crimes cometidos entre 2002 e 2004).

Hoje, face à divulgação do inquérito da CE o Ministério Público “informa” o Jornal Económico (14 de novembro de 2027) que “pondera reabrir o caso”. Estes são os factos.

Está em causa a devolução à CE de mais de seis milhões de euros (6.747.462) que esta considera terem sido fraudulentamente utilizados. O Sr. Miguel Relvas (responsável pelo Programa Floral) considerou que as acusações que lhe são feitas, nomeadamente os de abuso de poder e de participação económica em negócio, com o favorecimento da Tecnoforma, são “despropositadas e maliciosas”.

Esperei por mais notícias, pelo desenvolvimento do caso, por comentários na imprensa escrita, por análises nos mais conhecidos programas televisivos. Bem sei que neste período de poucas semanas houve outros casos: as greves, as lagartas nas refeições escolares, as consequências da seca, a ressaca dos fogos, o orçamento do Estado, a disputa para a liderança dos sociais democratas, a epidemia de legionela, o jantar no panteão, as escutas do caso Marquês, a sucessão em Angola, a situação dos sem-abrigo, enfim tudo o que pode apertar o coração mas, também, o que provoca um encolher de ombros, tudo regado profusamente com futebol. Não foi disponibilizada ao cidadão qualquer informação que dissesse respeito ao “Caso Tecnoforma”. Curiosamente, o “caso” atinge outro ex-Primeiro Ministro, o Dr. Pedro Passos Coelho.

Assim, mau grado as gravíssimas conclusões da investigação levada a efeito pelo Gabinete Antifraude da CE, paira uma estranha nuvem de silêncio sobre a Justiça e sobre as comissões de sábios e crânios que formam os vários painéis informativos televisivos.

E a Voz, a da sabedoria, a dos “afectos”, a do omnipresente, a do que vai a todas? O que diz ela, ela que fala por tudo e por nada, sobre tudo e sobre nada? Ela, que tem ajoelhada em estulta subserviência a comunicação social?

A Voz continua no mesmo registo mas, estranhamente, nunca foi interrogada sobre o caso ou sobre ele alguma vez se pronunciou, contrariamente ao que ocorreu com o BES ou com o Ministério do Interior.

Porquê?

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In Blog “77 Colinas” (Ref. “A Estátua de Sal”).

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publicado por Alea às 17:31