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O Coronavirus e a especulação.

Sábado, 18.04.20

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Nunca haverá modo de matar esta coisa que mudou o nosso dia-a-dia e que alterará profundamente a política, a economia, o trabalho, a sociedade. Nunca porque, contrariamente à bactéria, não é um organismo vivo. É um material que se pode destruir mas que necessita de um organismo vivo, como a célula, para se multiplicar; vertiginosamente. Os modos de o destruir e de estabelecer uma imunidade para os “vivos” tem-se revelado muito difícil e controverso.

Quem não se lembra da conferência de imprensa de Boris Johnson na qual anunciou uma política de, chamemos-lhe, “wait and we will win”? Estava rodeado, à esquerda e à direita, pelos responsáveis máximos da saúde do Reino Unido.

Depois, foi o que se viu.

Na base estava uma estratégia técnica e teoricamente defensável: a da “imunidade de grupo”. Que se deixe o virus infectar "brandamente", a curva pandémica será atrasada e evitará a saturação, o desmoronamento, do sistema hospitalar. Que se deixe este novo virus agir como qualquer outro virus da gripe.

Esta abordagem era a dos especialistas em virologia e epideomologia do Reino Unido até que o muitíssimo conceituado Imperial College estimou que 80% da população ficaria infectada e que os mortos atingiriam 250.000. Foi também seguida nos Países Baixos e na Suécia e, sem qualquer invocação científica, foi seguida pelo Brasil e pelos EUA. Mas estes países não são exemplos porque ambos são dirigidos por criaturas como Bolsonaro e Trump e pior que um virus é a mortal metralhadora do poder imbecil e da ignorância.

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Simultaneamente, surgiram “fake solutions” como o perigoso remédio aconselhado por Trump a “hidroxicloroquina” que poderá ser no futuro uma solução quando devidamente analisado e testado mas que actualmente na sua forma de “anti malária” se revelou potencialmente mortal. Também o iluminado dirigente da Bielorússia recomendou a vodka, exactamente como um nosso pastor da Beira que recomendou a receita do seu avô: aguardente muito forte porque “mata o bicho”.

Há de tudo: desde artigos de "especialistas" publicados cegamente por jornais de referência até erradas estratégias científicas, bebidas alcoólicas, passando pelo ácido gastrico (que também “mata tudo”) e remédios para a Malária, para o Ébola ou para a Sida. Tudo falso.

Qual a solução? Enquanto não for descoberta uma vacina e um testado remédio, deve evitar-se, logo no estado inicial da epidemia, o contágio através da protecção do corpo exposto, nomeadamente a face e as mãos: máscaras e luvas, higiene e distanciamento social têm um papel crucial que parece resultar. Mas para tal, o Estado deve garantir aqueles artigos sanitários. À data deste escrito são escassos e com preços que escalaram os 1500%! ASAE onde estás?

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Uma descoberta parece indicar que os raios UV destroem o virus ("fake"?), o que poderá confirmar o desejo de todos: que no Verão a epidemia abrande muito significativamente. Mas não há bela sem senão, depois virá o Outono e o Inverno…

Preparemo-nos para nos habituar a um novo tipo de convivência, a um novo tipo de trabalho, a usar as tão desconfortáveis máscaras e, sobretudo, a evitar as multidões das praias.

Mais vale só do que perseguido pelo virus.

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publicado por Alea às 20:34