Nuvem do acaso
Quase nada de um pouco de tudo.
O umbigo do mundo.
Acham eles. Com uma certa razão.
Potência imperial (como Portugal, tenhamos orgulho nisso! Em África e na Ásia criámos, como nenhum outro país, um Império cujas pegadas ainda perduram passados mais de 500 anos, por exemplo na Malásia).
Reino Unido potência imperial, nomeadamente, com a Índia, a Austrália e o Canadá como seus “descendentes”. Detentora na EU, juntamente com a França, da arma nuclear, dona da língua que é hoje o que o latim era na idade média e o francês no século XIX e a única nação europeia não continental. Mas com uma insularidade que desejam preservar. Porque não, desde que não seja à custa de nós continentais e aí é que a porca torce o rabo.
Faz dó assistir aos debates do parlamento britânico sobre o Brexit.
O que se vai seguir? Ninguém sabe, mas o que é claro é que uma saída não organizada da EU será péssimo para o Reino Unido (unido até quando?) e para uma Europa que atravessa uma das suas piores crises políticas.
Querem uma união aduaneira (pudera!) mas com a limitação da circulação de estrangeiros no seu território, o que se compreende pela impressionante invasão de Londres por naturais da África e da Ásia, só comparável com o que se passa em Marselha e em alguns bairros de Paris e de Bruxelas.
Assim surge a “alergia” britânica à imigração que marca o dia-a-dia no território inglês. Querem, dizem alguns dos seus responsáveis, limitá-la a mão de obra qualificada.
O acordo conseguido com a EU (que a UE pretendeu criar como vacina contra futuras pretensões a saídas) é, dizem os especialistas, muito mau e só assim se percebe uma sistemática rejeição pelos parlamentares britânicos de todos os partidos.
A questão de uma saída da EU sem fronteira física e sem acordo comercial com a Irlanda do Norte (que votou por uma permanência com mais de 60% de votos) é a quadratura do círculo. Uma solução para este problema não é clara e, muito menos, imediata passados que são dois anos de negociações. A não ser com uma união aduaneira com a UE.
O Reino Unido vai saír da UE, como cerca e 52% dos britânicos decidiram em referendo, mas a solução parece ser a de não saír! Um problema político sem solução ou com uma solução que será um mau negócio para uma das partes.
Um 2º referendo? Para ratificação de um acordo de saída? Porque não? Para “corrigir” o resultado do 1º referendo? Nunca, não se pode dar a volta à roleta de graça até saír o número em que se apostou.
O umbigo (que passou a simples a importante apêndice) está desnorteado e dividido e a Europa não precisava de mais esta doença.
A EU será o quê em Outubro, em Novembro? Ninguém sabe.
Cada vez “gosto” mais dos profissionais da política.
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Palermas
(in Facebook)
Este país está cheio de governantes palermas. Cheio deles.
Mas “palerma” significa “estúpido”?
Fui ver e do que li gostei dos termos “panhonha”, “pateta”. Ou seja, quando se utiliza o adjectivo “palerma” (o que ocorre ao espírito com uma frequência assustadora) ao assistir a debates parlamentares ou a certas comissões de inquérito (como a do revisor oficial de contas da CGD que revelou ser simplesmente estúpido) não se quer dizer “estúpido”, embora possa ser uma designação aplicável de acordo com o que consta nalguns dicionários (*).
O país não sofre de governantes estúpidos mas “simplesmente” à frente dos nosso destinos estão, salvo honrosas excepções, “panhonhas” e “patetas”, podendo ser “inteligentes” ou “espertos” com estranhas, demasiado próximas e numerosas ligações familiares.
Os palermas são animais que passaram a ser endémicos neste país, como, por exemplo, é o caso dos pombos que no passado eram poucos e muito queridos e hoje são “endémicos”, uma praga.
Que saudades que eu tenho das joaninhas, dos pirilampos, dos grilos, das borboletas, dos burros!
Eram “endémicos” do meu tempo da juventude, embora os burros (“chicos espertos” como se dizia no meu tempo de tropa) ainda andem por aí mas com outras roupagens.
(*) - “Palerma”: pessoa que é pouco inteligente, estúpido, idiota, imbecil, lerdo, papalvo, parvo, tolo, tonto, panhonha, pateta. Sinónimo Geral: panhonha, pateta.