Nuvem do acaso
Quase nada de um pouco de tudo.
A Besta e a Guerra de hoje
“Em três séculos de progresso, os povos do Ocidente realizaram quatro “feitos”: ser egoísta, matar outros, ter pouca integridade e ter pouca-vergonha”.
Em 1970 comprei a tradução brasileira de um livro que é, segundo o prefácio do autor, “uma estrutura para a especulação”. O livro tem como título “O Ano 2000”, os seus autores são Herman Kahn e Antthony J. Wiener e foi editado em Julho de 1967. Das suas 508 páginas detive-me, sobretudo, nos capítulos respeitantes à ciência e tecnologia e às possibilidades e natureza das guerras.
Reli partes do livro em 1990 quando da reunificação da Alemanha, em 2003 por causa da situação no Médio-Oriente em geral e no Iraque em particular e, mais recentemente, pelo deflagrar do terrorismo na Europa Ocidental.
Fiz uma avaliação das previsões feitas por Kahn e Wiener há quase 50 anos. Considero notável o resultado: 30% das “especulações” revelaram-se correctas.
Passo a apontar, pela sua actualidade, algumas daquelas previsões.
- “Será que a organização mundial acarretará o fim das guerras ou, pelo contrário, produzirá uma série variada de guerras civis mais mortíferas, em extensão e âmbito, em consequência da maior eficácia das armas, do automático envolvimento do mundo todo e da confusão que resultará da falta de organização territorial?
- “Parece bem provável um regresso à guerra limitada e um recuo em relação à guerra total” (…). “O Mundo será perturbado e violento mas não ocorrerá nenhuma guerra central” (que se traduz por uma vasta guerra entre grandes potências envolvendo os respectivos territórios) (…). A ausência de uma guerra internacional não significará uma ausência de conflitos ou de violência. (…). Ocorrerão oportunidades para assassínios, sabotagem, terror e subversão, mas tudo será tolerável por comparação com uma guerra nuclear.”
- ” O terceiro mundo será em grande parte política e militarmente impotente ao passo que as instituições internacionais serão utilizadas para preservar o status quo conveniente às potências industriais”.
- “O terceiro mundo poderá ser de novo desmantelado por pressões externas (...)”.
- “Poderá haver um colapso de algumas nações com nova intervenção “neocolonialista” para restaurar a ordem, efectuadas pelas maiores potências ou por agentes secundários”.
“E eu pus-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma besta (...).
Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela? (...) e deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, e língua, e nação.
(...) Se alguém tem ouvidos, ouça.
(...) Se alguém matar à espada, necessário é que à espada seja morto. (...).
Apocalipse 13:1-18
Comentários para quê?
Factos muitos:
O tráfego de humanos por bestas, a compra de petróleo à Besta por bestas (40 milhões de dólares por mês. A organização produzirá tanto crude como o Qatar, o Equador e a Líbia juntos e quase tanto como Angola ou a Nigéria, que é o maior produtor de África.) e não só (**). O fornecimento de armas à Besta por bestas, as conveniências de grandes potências, a proliferação de guerras civis mortíferas, a incompetência de governos e de organizações internacionais, o matar muito, a falta de vergonha.
Tudo previsto há 50 anos como “especulações” prováveis.
Estamos em guerra com a Besta e com as bestas / “agentes secundários”.
“Quem tem ouvidos que oiça”.
“Necessário é que…”.
(**) http://visao.sapo.pt/actualidade/economia/2015-11-18-A-economia-da-jihad