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A loirinha do Schauble

Quinta-feira, 26.02.15
 
 

O “Die Velt” informou que Maria Luís Albuquerque “pediu pessoalmente” a Wolfgang Schäuble para nas negociações do Eurogrupo sobre a Grécia não ceder.
Maria Luís Albuquerque, pelo contrário, declarou no jornal da TVI do passado Sábado 21 de Fevereiro: “Não sugeri a alteração de uma única vírgula”.
Maria Luís Albuquerque disse mesmo “não sei por que o ministro das Finanças terá dito isso”, que os ministros de Portugal e de Espanha foram “mais alemães do que a Alemanha”.
A ministra das Finanças de Portugal disse ainda à TVI, que a sua intervenção “foi no sentido de ser seguido o procedimento habitual”.
O “Die Welt” confirma, no entanto, as pressões dos governos de Portugal e Espanha e a afirmação de Yanis Varoufakis de que tinham sido “mais alemães do que a Alemanha”.
Quem mente? A loirinha ou o “Die Velt”? Por mim não tenho qualquer dúvida: a loirinha.
Maria Luís Albuquerque disse ainda que não se considera aluna, mas sim colega de Schäuble.
Aqui estão os colegas sentados lado-a-lado.

Lindos.

schauble_marialuis_stephanie_pilick_0.jpg

O Governo de Portugal é pela segunda vez (a primeira foi no tempo do Sr. Silva, vulgo Cavaco) apontado como o bom aluno. Há quem encha o peito de orgulho. Eu não. É uma vergonha. Mas as eleições estão longe e o cidadão português quando chegar ao momento do voto vai esquecer-se que o governo portugês fez a vergonhosa figura de ser uma sucursal regional dos partidos CDU e SPD alemães.
A propósito, consultem o site:
https://www.youtube.com/watch?v=8UN1gI2nr34&x-yt-ts=1422579428&x-yt-cl=85114404
E, por favor, esqueçam as afirmações de António Costa (mais próprias de um defensor da austeridade do que de um líder da oposição que contra ela afirma estar) sobre como Portugal está hoje "bastante diferente" (melhor?!) do que há quatro anos (foi membro de 2005 a 2007 do 1º  governo do Sr. Pinto de Sousa, vulgo Eng. Sócrates, responsável primeiro pelo descalabro das finanças públicas revelado em 2010). Foram proferidas no passado dia 19 de Fevereiro, no casino da Póvoa do Varzim, numa reunião com a comunidade chinesa:
http://www.tvi24.iol.pt/politica/ano-da-cabra/a-frase-de-antonio-costa-que-o-cds-aplaude
Estamos “feitos ao bife”.
De um lado o Coelho Merkl:

Passos Merkl.jpeg

Do outro, um Costinha que com uma morena Luisinha olhando embevecidos para um Portugalzinho.

Costinha.jpg

 

 

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publicado por Alea às 13:50

As mulheres nos tempos

Quarta-feira, 18.02.15
 
 

Há cada uma !...

Ponto de exclamação.jpg

Leis de Manu (Livro Sagrado da Índia): «Mesmo que a conduta do
marido seja censurável, mesmo que este se dê a outros amores, a mulher
virtuosa deve reverenciá-lo como a um deus. Durante a infância, uma
mulher deve depender de seu pai, ao se casar do seu marido, se este
morrer, dos seus filhos e se não os tiver, do seu soberano.Uma mulher
nunca deve governar-se a si própria».

Zaratustra (filósofo persa, século VII A.C.): «A mulher deve adorar o homem como a um deus. Todas as manhãs, por nove vezes consecutivas deve ajoelhar-se aos pés do marido e, de braços cruzados perguntar-lhe: Senhor, que desejais que eu faça?».

São Paulo (apóstolo cristão, ano 67 D.C.):«Que as mulheres estejam caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar. Se querem ser instruídas sobre algum ponto, interroguem em casa os seus maridos».

São Tomás de Aquino (teólogo católico, séculoXIII): «Para a boa ordem da família humana, uns terão que ser governados por outros mais sábios que aqueles; daí a mulher, mais fraca quanto ao vigor da alma e força corporal, estar sujeita por natureza
ao homem, em quem a razão predomina».

Constituição (liberal) de 1820: "as Cortes são constituídas por uma só câmara...eleita por sufrágio universal e directo, excluídos analfabetos, mulheres e frades".

Friederich Hegel (filósofo alemão do século XIX): «A mulher pode ser educada, mas a sua mente não é adequada às ciências mais elevadas, à filosofia e algumas das artes».

Ponto de interrogação.jpg

Besteiras.

 

 

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publicado por Alea às 10:24

A Grecia e a bancarrota da Alemanha

Segunda-feira, 09.02.15
 
 

"A ingratidão dos países, tal como a das pessoas, é acompanhada quase sempre pela falta de memória.

Em 1953, há cerca de 60 anos - apenas uma geração - a Alemanha de Konrad Adenauer entrou em default, falência, ficou “kaput” , ou seja, ficou sem dinheiro para fazer mover a actividade económica do país. Tal qual como a Grécia actualmente.

Insolvenz.jpg

A Alemanha negociou 16 mil milhões de marcos em dívidas de 1920 que entraram em incumprimento na década de 30 após o colapso da bolsa em Wall Street. O dinheiro tinha-lhe sido emprestado pelos EUA, pela França e pelo Reino Unido. Outros 16 mil milhões de marcos diziam respeito a empréstimos dos EUA no pós-guerra, no âmbito do Acordo de Londres sobre as Dívidas Alemãs (LDA), de 1953. O total a pagar foi reduzido 50%, para cerca de 15 mil milhões de marcos, por um período de 30 anos, o que não teve quase impacto na crescente economia alemã.
O resgate alemão foi feito por um conjunto de países que incluíam a Grécia, a Bélgica, o Canadá, Ceilão, a Dinamarca, França, o Irão, a Irlanda, a Itália, o Liechtenstein, o Luxemburgo, a Noruega, o Paquistão, a Espanha, a Suécia, a Suíça, a África do Sul, o Reino Unido, a Irlanda do Norte, os EUA e a Jugoslávia.
As dívidas alemãs eram dos períodos anterior e posterior à Segunda Guerra Mundial.

alemanha 1ª guerra.jpg

Algumas decorriam do esforço de reparações de guerra e outras de empréstimos gigantescos norte-americanos ao governo e às empresas.
Durante 20 anos, como recorda esse acordo, Berlim não honrou qualquer pagamento da dívida. Apenas oito anos depois de a Grécia ter sido invadida e brutalmente ocupada pelas tropas nazis, Atenas aceitou participar no esforço internacional para tirar a Alemanha da terrível bancarrota em que se encontrava.
Os custos monetários da ocupação alemã da Grécia foram estimados em 162 mil milhões de euros sem juros. Após a guerra, a Alemanha ficou de compensar a Grécia por perdas de navios bombardeados ou capturados, durante o período de neutralidade, pelos danos causados à economia grega, e pagar compensações às vítimas do exército alemão de ocupação.

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As vítimas gregas foram mais de um milhão de pessoas (38.960 executadas, 12 mil abatidas, 70 mil mortas no campo de batalha, 105 mil em campos de concentração na Alemanha e 600 mil que pereceram de fome). Além disso, as hordas nazis roubaram tesouros arqueológicos gregos de valor incalculável.
Qual foi a reacção da direita parlamentar alemã aos actuais problemas financeiros da Grécia? A Grécia devia considerar vender terras, edifícios históricos e objectos de arte para reduzir a sua dívida e dois destacados elementos da CDU, Josef Schlarmann e Frank Schaeffler, do partido da chanceler Merkel defenderam que para além de tomar as medidas de austeridade impostas, tais como cortes no sector público e congelamento de pensões, os gregos deviam vender o Parttenon e algumas ilhas no Egeu. "Os que estão insolventes devem vender o que possuem para pagar aos seus credores", disseram ao jornal "Bild".

Parttenon.jpg

Depois disso, surgiu no seio do executivo a ideia peregrina de pôr um comissário europeu a fiscalizar permanentemente as contas gregas em Atenas.
O historiador Albrecht Ritschl, da London School of Economics, recordou recentemente à "Spiegel" que a Alemanha foi o pior país devedor do século XX. O economista destaca que a insolvência germânica dos anos 30 faz a dívida grega de hoje parecer insignificante. "No século XX, a Alemanha foi responsável pela maior bancarrota de que há memória", afirmou. "Foi apenas graças aos Estados Unidos, que injectaram quantias enormes de dinheiro após a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, que a Alemanha se tornou financeiramente estável e hoje detém o estatuto de locomotiva da Europa. Esse facto, lamentavelmente, parece esquecido", sublinha Ritsch.
Aquele historiador sublinha que a Alemanha desencadeou duas guerras mundiais, a segunda de aniquilação e extermínio, e que depois os seus inimigos perdoaram-lhe totalmente o pagamento das reparações ou adiaram-nas.”

marco.jpg

(Texto de 2012, que pela sua actualidade reproduzo, recolhido na “net” e de autor que hoje não consigo identificar).

No seu discurso de apresentação do programa de governo ao Parlamento o novo primeiro-ministro, Alexis Tsipras, grego defendeu que a Grécia deve exigir à Alemanha o pagamento referente às indemnizações da Segunda Guerra Mundial (162 mil milhões de euros que correspondem a cerca de 50% da dívida pública grega, actualmente de 315 mil milhões de euros). 

"A Grécia tem a obrigação para com o seu povo, para com a sua Hitória e para com todos os povos europeus que lutaram e deram o seu sangue contra o nazismo" de reclamar aquela reparação de guerra, afirmou. Esta proposta já foi rejeitada no passado pela Alemanha. ("Expresso" on line de 9 de Fevereiro de 2015)

 

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publicado por Alea às 11:44


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