Nuvem do acaso
Quase nada de um pouco de tudo.
O Dr. Soares e a "Operação Marquês"
Os desenvolvimentos do “Processo do Marquês” têm sido invulgarmente poucos dada a notoriedade da personagem Pinto de Sousa.
Sublinho “personagem” porque “engenheiro” é que ele não é.
De facto, O título é “ (...) da atribuição exclusiva da Ordem dos Engenheiros (...)” (“Regulamento da Cédula Profissional e do Exercício da Profissão” ), http://www.ordemengenheiros.pt/fotos/editor2/caq/regulamento_cedula_profissional.pdf
Acontece que o Sr. José Pinto de Sousa nunca requereu à Ordem dos Engenheiros tal título e por uma razão muito simples: se o fizesse o Colégio de Engenharia Civil teria dado parecer negativo, o que não significa que os órgãos superiores da Ordem não viessem, muito provavelmente, a contestar veementemente tal parecer (“noblesse oblige”).
Aqui reside o problema: não há cidadãos todos iguais perante a Lei como é dito e redito por políticos e sublinhado pelos media. Há uns mais iguais do que outros, como é o caso de José Sócrates e, também, do "senador" da República o Dr. Mário Soares.
Tendo achado natural e louvável (porque a amizade revela-se nos tempos difíceis) que alguns (poucos) membros do ex-executivo tenham querido exprimir a sua solidariedade para quem os chefiou durante quase oito anos, considero patéticas e lamentáveis as recentíssimas declarações do Dr. Mário Soares que para além de ter declarado, em tom insultuoso, aos órgãos de comunicação social que o caso é "político" e orquestrado por "malandros", não se coíbiu de duvidar da isenção da justiça exclamando "diga a esse juiz que é muito estranho, que eu também sou jurista".
Ora Portugal está cheio de juristas que nunca praticaram a sua profissão e que têm o bom-senso de não colocarem na mesa essa realidade.
Mas ao Dr. Soares parece que tudo é permitido, sobretudo quando vai fazer 90 anos, facto que não deixa de fazer pena como justificação de uma vergonhosa e indigna atitude de quem já foi o mais alto magistrado da Nação.
Alguém consegue esquecer a arrogância que o senhor revelou com agentes da autoridade há uns anos quando o autocarro em que viajava, julgo que em campanha eleitoral ou coisa parecida, foi mandado parar? Inacreditável e inaceitável.
O que o Dr. Soares diz não deveria aquecer ou arrefecer o cidadão, o contribuinte que lhe paga pensões, fundações, etecetera-e-tal, mas faz pena vê-lo assim, muita pena.
José Pinto de Sousa foi detido por suspeição da prática de crimes graves e vergonhosos. Ponto.
José Pinto de Sousa está em prisão preventiva decretada por juiz, eventualmente por requerimento do Ministério Público, por perigo de perturbação da investigação. Ponto.
Dado o passado político e o perfil pessoal de José Sócrates esta medida e, sobretudo, a sua justificação, é mais do que compreensível e justificada. No entanto, o andamento da fase final do processo e, sobretudo, a justificação da medida cautelar, a que o juiz, no entanto, não era obrigado, deveria ter tido informação oportuna e clara o que não aconteceu.
Aguardemos as solidariedades e as pusilanimidades que certamente hão de surgir.
Na minha opinião, o José Pinto de Sousa é, de facto, um líder político mas um líder que se aproveitou despudoradamente e para benefício pessoal das suas funções públicas e que, hoje, sorri e mesmo ri das vergonhas que lhe caíram em cima.
Por que será? Porque é um malandro.
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As professoras e o seu casamento
Reproduzo uma imagem que me foi enviada há tempos por "mail". Desconheço a fonte.
Ao pé disto as inaceitáveis violações dos direitos das professoras são uma brincalhotice e o "professor" Mário Nogueira, presidente da Fenprof -sindicato dos professores- ( o qual não sei, dado o período de inactividade de décadas na "nobre função", se ainda sabe ensinar...), teria uma justificadíssima síncope.
Decreto 27 279 de 24.11.1936
(Estas disposições dos anos de 1936 e 1937, não permitiriam o casamento de uma professora com José Sócrates. De facto, se o hipotético pretendente tem um perfil que é largamente conforme ao disposto no artigo 2º do decreto - se se excluir a exigência de comprovação documental - , o disposto no artigo 1º e no último parágrafo da circular de 1937 tornariam hoje impossível uma autorização ministerial).
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Sócrates dentro
“Nada há de encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se” Mateus 10:26.
Sócrates dentro,
, por suspeita de corrupção, branqueamento de capitais e de fraude fiscal.
É um incómodo que lhe não vai fazer grande mal, para além do “kaput” de uma carreira política. Nada o vai livrar disso. Do resto? Safa-se por advogados do melhor que a sua mal ganha e inexplicável fortuna irá pagar.
Surpreendido? Sim, por só ser agora.
É mau para o PS? Sim, é uma bomba política cujos estilhaços o atingem e com consequências negativas na sua luta pelo poder, até hoje com grandes probabilidades de victória. Basta lembrar as declarações irresponsáveis e desnecessárias do seu líder parlamentar Ferro Rodrigues de louvor ao saudoso líder José Sócrates (a que, curiosamente, se juntam, num espaço temporal muito curto, os apelos ao Presidente da República para uma sua condecoração e a condecoração que lhe foi conferida pela Câmara Municipal da Covilhã) e, também, a necessidade sentida pelo seu Secretário Geral, António Costa, de envio de um SMS aos militantes.
José Sócrates? Um aldrabão e um mentiroso que a suspeição acompanhou desde o início da sua carreira. Agora, de acordo com a Procuradoria Geral da República, é suspeito de corrupção. Até ontem conseguiu escapar à justiça. Como?
A casinha em Paris em Passy, bairro no muitíssimo refinado bairro do XVI éme? Afinal não foi alugada, foi comprada por três milhões de euros. As casinhas no edifício Castil de Lisboa? Até agora, continua a ser uma compra com as poupanças da mãezinha que passou, por passes de mágica, a herdeira rica. O curso numa prestigiosa escola de gestão europeia em Paris? Custeado por um empréstimo ao banco. A possibilidade de uma luxuosa vida após a sua saída de primeiro ministro de Portugal? Economias de vários anos de vida dedicada à causa pública. Etecetera-e-tal.
Surpresa? Para mim apenas a do indivíduo ter ido dentro só agora. Haverá compadrios, haverá uma vergonhosa defesa de vergonhas que a muitos poderá atingir, haverá pusilanimidade a todos os níveis e já há descabida retórica políticopartidária ("é um dia triste para Portugal", "tentativa de humilhação", "os políticos não são todos iguais") que só o politicamente conveniente pode justificar. Mas, explicações para quê? A justiça adormecida durante anos pelo poder e pelos interesses, apagou a indiscutível falsa licenciatura, os casos “Freeport”, “Monte Branco”, “Face Oculta” e só actuou ao retardador (como eventualmente é conveniente e certamente politicamente aconselhável) depois do “engenheiro” deixar de ser poder e de "marçano" passar a ser rico para além do que é compreensível. Acho que as alterações ao nível da Procuradoria Geral da República foram determinantes e não acredito numa acção governativa vingativa ou competente.
Enfim, uma vergonha a somar a tantas outras: foi o BPN (que é feito do Oliveira e Costa? E onde para o Dias Loureiro?). E foi o BPP e o caso dos submarinos, liminarmente resolvido pela justiça alemã e que por cá continua em "águas de bacalhau". Por que será? E é o BES e a PT e é a corrupção de altos dirigentes de importantes e sensíveis organismos do Estado, como é o caso dos serviços de registos e de notariado, dos serviços de segurança e da justiça, todos envolvidos na concessão fraudulenta de vistos "gold".
Tantos cúmplices miseráveis, com a esquerda e a direita misturadas num agoniante pacote central com a extrema esquerda portuguesa recebendo rejubilante o populismo demagógico e perigosíssimo do “Podemos” espanhol, do “Syriza” grego e do “Sinn Féin” irlandês num congresso fratricida.
Hoje, em Portugal, não há força política que se preocupe com o cidadão, apenas partidos que olham para o umbigo com dirigentes que agem de acordo com interesses pessoais ignorando o interesse público. Vivemos (“pardon my english”) na mais completa m.... Olhem, para me animar e anestesiar, vou assistir ao resumo do Benfica-Moreirense. Bater nos mais fracos é um hábito descansativo e pouco perigoso como comprova a política recente.