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Xpto

Sábado, 28.06.14

XPTO é um termo moderno frequentemente utilizado na linguagem corrente, geralmente  utilizado pela juventude (e não só) na conversação  e que só consta em alguns modernos dicionários da língua portuguesa.

Tanto pode significar uma realidade espectacular, sofisticada, de invulgar qualidade como adjectivar uma coisa qualquer, menor.

De onde vem? Não sei, mas nos referidos dicionários é apresentado como um vocábulo de origem medieval relacionado com a religião como abreviatura da palavra grega "Χριστός" - "Christós": "X" (qui), "ρ" (ró), "τ" (tau) e "O" (omicron) que formam a abreviatura de Cristo.

No entanto, muito recentemente, foi-me  apresentada uma explicação que muito me divertiu e que não resisto em partilhar.

Decomponha-se  a palavra:

 “X” é o algarismo romano dez,” pt” é, digamos, uma espécie de sufixo e O é o algarismo zero.

Então, “Xpto” significa um conselho para quem tem que atravessar um rio ou atirar-se à água:

“Despe-te e nada”...

Uma deliciosa explicação.

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publicado por Alea às 20:14

A padeira de Aljubarrota

Sábado, 14.06.14


Nasceu em Faro, de família pobre e humilde e em criança preferia mais vagabundear e andar à pancada que ajudar os pais na taberna de donde estes tiravam o sustento diário. Aos vinte anos ficou órfã, vendeu os poucos bens que herdou e meteu-se ao caminho, andando de lugar em lugar e convivendo com todo o tipo de gente. Aprendeu a manejar a espada e o pau com tal mestria que depressa alcançou fama de valente.

Apesar da sua temível reputação houve um soldado que, encantado com as suas proezas, a procurou e lhe propôs casamento. Ela, que não estava interessada em perder a sua independência, impôs-lhe a condição de lutarem antes do casamento. Como resultado, o soldado ficou ferido de morte e Brites fugiu de barco para Castela com medo da justiça. Mas o destino quis que o barco fosse capturado por piratas mouros e Brites foi vendida como escrava. Com a ajuda de dois outros escravos portugueses conseguiu fugir para Portugal numa embarcação que, apanhada por uma tempestade, veio dar à praia da Ericeira.

Procurada ainda pela justiça, Brites cortou os cabelos, disfarçou-se de homem e tornou-se almocreve. Um dia, cansada daquela vida, aceitou o trabalho de padeira em Aljubarrota e casou-se com um honesto lavrador..., provavelmente tão forte quanto ela.

 

O dia 14 de Agosto de 1385 amanheceu com os primeiros clamores da batalha de Aljubarrota e Brites não conseguiu resistir ao apelo da sua natureza. Pegou na primeira arma que achou e juntou-se ao exército português que naquele dia derrotou o invasor castelhano.

Chegada a casa cansada mas satisfeita, despertou-a um estranho ruído: dentro do forno estavam sete castelhanos escondidos.

Brites pegou na sua pá de padeira e matou-os logo ali. Tomada de zelo nacionalista, liderou um grupo de mulheres que perseguiram os fugitivos castelhanos que ainda se escondiam pelas redondezas.

Conta a história que Brites acabou os seus dias em paz junto do seu lavrador mas a memória dos seus feitos heróicos ficou para sempre como símbolo da independência de Portugal.

A pá foi religiosamente guardada como estandarte de Aljubarrota por muitos séculos, fazendo parte da procissão do 14 de Agosto.

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publicado por Alea às 17:19