Nuvem do acaso
Quase nada de um pouco de tudo.
Os Toinos e o futuro de Portugal
Ontem a televisão nacional ficou “vidrada” com um acontecimento de suprema importância. Na prática, uma disputa para a liderança do Partido Socialista mas na visão de jornalistas e de comentadores políticos nada mais nada menos do que o futuro da governação de Portugal (o putativo futuro primeiro ministro) e, também, (imagine-se!) no caso de um dos Toinos, do futuro candidato a Presidente da República de Portugal (porque não? tem-se visto de tudo).
Neste hipotético caso, o Toino passará do burrico da Calçada de Carriche para um carro topo de gama com a flâmula verde da presidência, ladeado por homens de preto, óculos escuros e auriculares, precedido e antecedido por ampla comitiva motorizada (violando as mais elementares regras de trânsito) e pelos indispensáveis batedores da GNR (insultados arrogantemente, se bem se lembram, com a total passividade dos seus chefes, pelo “senador” Soares).
O acontecimento (semelhante em muitos aspectos ao que se passa no Sporting Clube de Portugal) e que é um grão de poeira quando comparado com seja o que for e, sobretudo, com a onda gigante da Nazaré que, ela sim, mereceu amplo destaque nos órgãos de comunicação internacionais, teve um final feliz. Um Toino ficou (por enquanto) como lider do PS e declarou que logo que seja possível será convocado um congresso (o “onde está a pressa?” passou à história), o outro Toino anunciou a sua candidatura a presidente da Câmara Municipal de Lisboa e avisou o outro que se não tivesse juízo as coisas não ficariam por ali.
No fim de “deslealdades nunca vistas” e de “confrontações indesejáveis” ficou tudo resolvido.
Emocionante.
Portugal está salvo.
Uf.
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A língua portuguesa
As estatísticas da UNESCO indicam que o português é a sexta língua mais falada no mundo e que entre as 6,7 mil linguas vivas no mundo, apenas é superada pelas línguas mandarim, hindu, castelhano, inglês e bengali. É, juntamente com o castelhano, a língua com maior potencial de crescimento.
Segundo aquela instituição, o número de falantes de português é actualmente de cerca de 200 milhões, número 70 vezes superior ao do século XVI no qual a língua portuguesa era utilizada, na sua forma arcaica, apenas por 3 milhões de pessoas.
O português é a língua oficial de dez países: Angola, Brasil Cabo Verde, Guiné-Equatorial, Guiné-Bissau, Macau (juntamente com o chinês), Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
O “Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa” inclui 228.500 entradas, 415.000 sinónimos, 26.400 antónimos e 57.000 formas arcaicas.
A palavra mais comprida da língua portuguesa (46 letras) é, de acordo com o dicionário “Pribaram on line”
Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconitico
a qual significa: (pneumo- + -ultra- + microscópico + latim silex, -icis, pedra, pedra vulcânica + latim vulcanus, -i, fogo + coniose) s. f.
Doença pulmonar causada pela inspiração de cinzas vulcânicas.
Nos séculos XII e XIII, o galego e o português eram a mesma língua e em 2100 vocábulos do português primitivo, 1200 são latinos (57%), 800 árabes (38%) e 100 germânicos (5%).
Posteriormente e como resultado do processo nacionalista que criou a Espanha, o português adquiriu a natureza de língua nacional e o galego, que nunca foi normalisado ou legalisado, limitou-se à Galiza. Foi cada vez mais substituído/alterado pelo castelhano, em particular a partir do segundo quartel do século XX, tendo o seu uso desaparecido nas prosas legal e literária.
Recentemente, a língua portuguesa sofreu em Portugal um grave desastre com o denominado “Acordo Ortográfico”.
“Acordo” entre quem? Por vontade de quem?
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O "regresso aos mercados". Aleluia!
Os três “Dês” e os três “Efes”.
Sim, sim. Agora é que é. Agora, amanhã, Portugal voltará a crescer. Agora, amanhã, a “Troika” vai dar mais tempo. Vai dar 30 anos anos em vez dos cerca de 14, 6 para serem pagos 52 mil milhões de euros. Hoje o PSD dá a entender ao Zé Pacóvio que a “aflição” chegou ao fim, graças a ele PSDzinho (a Universidade Católica antecipa uma queda de 2,4% do PIB em 2013). O PS, raivoso, diz que sim mas que este pedido está atrasado e que ele já o tinha proposto há “anos”. Que é dele a ideia. O PSDzinho responde que não que o que irá acontecer nada tem a ver com o que o PSzinho propôz. E que, e que... amanhã voltamos aos mercados? E depois? E depois de amanhã? Daqui a dez, vinte anos? Ora gaita!
O que é hoje Portugal., ó PSDzinhos, ó PSzinhos?
Hoje, o dia-a-dia oferece-nos exemplos de aldrabice, corrupção, nepotismo, imbecilidade ou bacoca cultura, irresponsabilidade, ignorância, incompetência, mentira, prepotência, vaidade.
Tudo em adoração aos bezerros que não são só de hoje: o dinheiro, o poder.
Os famosos “ Três Dês “ dos cravos, passados quase 40 anos, não foram alcançados.
Desenvolvimento? Onde está ele esse desenvolvimento que nos equipararia à média dos países europeus ?(O PIB cresceu entre 1968 e 1973 a uma média de 7,5%, número superado apenas pela Grécia (8%) e Japão (9,5%), ou seja, em números absolutos, o PIB per capita saltou de 275 USD, em 1970, para 1217 USD em 1973; apesar do forte crescimento do país, o que reduziu o grande atraso relativamente aos países europeus ocidentais, Portugal continuava a ser o mais pobre da Europa*). No entanto e não é pouco, houve progressos enormes que o regime do 25 de Abril de 1974 promoveu nos campos da saúde (nomeadamente o Serviço Nacional de Saúde e a drástica redução da mortalidade infantil) e do ensino (49% da população com 14 ou mais anos não possuía ou frequentava o ensino primário). Mas, somos hoje um país de pedintes, sem soberania, sob fiscalização estrangeira.
Democracia? Não passa de corrupta libertinagem partidocrática sob a batuta de governos incompetentes “fiscalizados” por 230 “espertos”.
Descolonização? Feita: total e rápida. Duas guerras civis que duraram mais de 20 anos e outra ainda em curso, mortos e estropiados em quantidade própria do horror, infra-estruturas vitais destruídas, dezenas de anos de retrocesso, uma minoria no poder que se banha na riqueza ao lado de populações na miséria.
Os “Três Dês” são, excluindo a descolonização, uma sombra dos objectivos da "revolução dos cravos".
Os odiosos “Três Efes“, qualificados nos ditos tempos do obscurantismo como “o ópio do povo”, como vão eles?
Fátima é hoje uma Sodoma comercial com ostensiva construção, incentivada pelos poderes do estado democrático, que nela vê instrumento de sinalização nacional: atenção! existimos, estamos aqui, nós a fidelíssima, nós a exemplar nação multi-religiosa, multicultural, multi eteceteraetal.
O fado desapareceu para desespero dos seus amantes. E apenas uma minoria tem conhecimento de novos valores que rejuvenesceram a canção “património da humanidade”.
O futebol, cobertor para as desgraças e vergonhas que assolam este pobre país, é imbatível no tempo de televisão com professores e “misteres” a leccionarem matéria difícil e importante e é alarvemente considerado exemplo de competência e superioridade de nível mundial.
No tempo da ditadura os “três Efes” eram o “ópio do povo" e hoje o que são? Bálsamos democráticos?
Os “Três Efes” concentraram-se, volumosamente e na prática, no futebol.
Vive-se num Portugal atado, impotente para solucionar soberanamente uma situação social, económica e financeira gravíssima. O governo age numa sucessão de trapalhadas, totalmente descoordenado. É a Europa que manda, que define e impõe o politicamente correcto sob a batuta de um ex-maoísta muito convencido da sua importância e da Alemanha...
Ironias e bizarrerias do destino.
Um país pobre e que economicamente se converteu, quase totalmente, para o sector de serviços ficando ainda mais pobre e vulnerável pelo abandono da sua agricultura, pelo desmantelamento da sua frota de pesca, pela destruição ou venda ao estrangeiro da sua pequena e média indústria. Tudo a troco de “ajuda” europeia sob a forma de fundos “dados” ao “bom aluno” europeu. Tudo de forma “estudada”, consciente e frequentemente acompanhada por orgulhosa reclamação de direitos de autor. Toda uma ruinosa transformação sob a direcção de um Primeiro Ministro, hoje “venerando Chefe de Estado” e que descaradamente se esquece do que fez. Hoje, afirma ele, solenemente e “ex cathedra”, que para o necessário progresso económico é fundamental produzir e aumentar as exportações. Produzir onde? Na agricultura, nas pescas, na indústria, que ele destruíu? Exportar o quê? As autoestradas, rotundas e outras obras próprias de bacoco novo riquismo que sob a política dele se fizeram?
O “venerando”, que não desgraçou mais devido ao que ele classificou como "forças de bloqueio", nunca tinha dúvidas e raramente se enganava... Vê-se.
*http://www.premioiberoamericano.cz/documentos/16taedicion/2doPremioXVI_MichalKovac.pdf