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O escândalo da Tecnoforma

Terça-feira, 21.11.17

relvas e passos na tecnoforma.jpg

Em 2006 a Comissão Europeia atribuiu à empresa Tecnoforma e à ANAFRE (Associação Nacional de Freguesias) fundos para a realização de projectos no âmbito dos denominados Fundos Europeus (concedidos entre 2000 e 2013).

Nesse período de tempo Pedro Passos Coelho era administrador e consultor daquela empresa e Miguel Relvas desempenhava as funções de Secretário de Estado da Administração Local.

A ANAFRE subcontratou à Tecnoforma projectos integrados nos referidos fundos europeus.

Em 2015 a Comissão Europeia, através do seu gabinete antifraude (OLAF), lançou uma investigação sobre a gestão por aquelas entidades dos fundos que lhe tinham sido concedidos. Concluiu terem sido cometidos “graves irregularidades, ou mesmo fraudes” existindo suspeitas de corrupção, abuso de poderes e prevaricação.

O resultado final dessa investigação de 2015 foi agora conhecido em Portugal (“Público” de 12 de Novembro citado pelo “Expresso” on line de 13 de Novembro de 2017)

http://expresso.sapo.pt/revista-de-imprensa/2017-11-13-Tecnoforma.-Bruxelas-contraria-decisao-do-Ministerio-Publico-e-diz-que-houve-fraude

Em Portugal, O Ministério Público lançou em 2012 um processo de inquérito. Este conclui, em total contradição com os resultados da investigação da CE, não existirem factos que sustentem a prática de irregularidades, quer na Tecnoforma quer na implementação do Programa Floral. O processo foi arquivado alegando-se que parte dos factos já se encontrar prescrita 3 anos antes (crimes cometidos entre 2002 e 2004).

Hoje, face à divulgação do inquérito da CE o Ministério Público “informa” o Jornal Económico (14 de novembro de 2027) que “pondera reabrir o caso”. Estes são os factos.

Está em causa a devolução à CE de mais de seis milhões de euros (6.747.462) que esta considera terem sido fraudulentamente utilizados. O Sr. Miguel Relvas (responsável pelo Programa Floral) considerou que as acusações que lhe são feitas, nomeadamente os de abuso de poder e de participação económica em negócio, com o favorecimento da Tecnoforma, são “despropositadas e maliciosas”.

Esperei por mais notícias, pelo desenvolvimento do caso, por comentários na imprensa escrita, por análises nos mais conhecidos programas televisivos. Bem sei que neste período de poucas semanas houve outros casos: as greves, as lagartas nas refeições escolares, as consequências da seca, a ressaca dos fogos, o orçamento do Estado, a disputa para a liderança dos sociais democratas, a epidemia de legionela, o jantar no panteão, as escutas do caso Marquês, a sucessão em Angola, a situação dos sem-abrigo, enfim tudo o que pode apertar o coração mas, também, o que provoca um encolher de ombros, tudo regado profusamente com futebol. Não foi disponibilizada ao cidadão qualquer informação que dissesse respeito ao “Caso Tecnoforma”. Curiosamente, o “caso” atinge outro ex-Primeiro Ministro, o Dr. Pedro Passos Coelho.

Assim, mau grado as gravíssimas conclusões da investigação levada a efeito pelo Gabinete Antifraude da CE, paira uma estranha nuvem de silêncio sobre a Justiça e sobre as comissões de sábios e crânios que formam os vários painéis informativos televisivos.

E a Voz, a da sabedoria, a dos “afectos”, a do omnipresente, a do que vai a todas? O que diz ela, ela que fala por tudo e por nada, sobre tudo e sobre nada? Ela, que tem ajoelhada em estulta subserviência a comunicação social?

A Voz continua no mesmo registo mas, estranhamente, nunca foi interrogada sobre o caso ou sobre ele alguma vez se pronunciou, contrariamente ao que ocorreu com o BES ou com o Ministério do Interior.

Porquê?

MRS-Tecnoforma.jpg

 

In Blog “77 Colinas” (Ref. “A Estátua de Sal”).

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publicado por Alea às 17:31

O 7º sexy

Terça-feira, 18.08.15
 
 

Passos.jpg

Para além das grandezas e misérias do futebol um dos assuntos que recentemente mereceu destaque nos órgãos noticiosos foi a lista dos políticos mais “sexy” do mundo.
Num rol de 200 personalidades o Coelho ocupa o 7º lugar!
Não lhe chegava ter chegado a 1º ministro, adjunto da Merkl e a quem se deve, segundo o próprio, a genial solução do problema grego, ser o 2º político mais aldrabão da nossa recente história, logo a seguir ao Sócrates, ter sido um 3º candidato à presidência do PSD, que finalmente venceu, ser o 4º filho de um casal profissional da saúde, cujo sistema, o SNS, ficou com a sua política às portas da morte, ser o inquilino de um 5º andar na Rua da Milharada em Massamá, ser o 6º primeiro-ministro não socialista dos governos constitucionais. Enfim, tirando a solução grega, esta série numérica não é curricularmente interessante e vai daí aparece candidato a um lugar no pódio dos 10 mais “quentes” políticos do mundo, do mundo “sexy”. Um 7º sexy, um sétimo céu, valha-nos Deus.
Azar ou injustiça: não conseguiu vencer os bonitões rei do Butão, que ganhou a medalha de ouro, presidente do México, que ficou com a de prata e Filipe VI rei de Espanha a que foi concedida a medalha de bronze. Dois reis e um presidente da república. É obra.
Em 4º lugar ficou Cristina Kirchner, o que merece entusiásticos aplausos, o 5º lugar é ocupado por outra beleza como é o presidente congolês Kabila e, mau grado uma eventual cunha do luxemburguês Jean Claude Junker, o Coelho não conseguiu obter o 6º lugar ganho pelo grão-duque do Luxemburgo. É o que dá ser-se plebeu e confiar-se nas amizades políticas.
A cegueira da coligação não permitiu utilizar este tema para um cartaz eleitoral, do género “Portugal à frente nas lindezas” ou “Portugal à frente no sexo”. Não seria totalmente verdade mas facilmente corrigido como é hábito do Coelho.
O visual do rapazola mudou muito desde o tempo das doces (casou com uma delas, a Fa, de quem tem uma filha, essa sim merecedora de um lugar no pódio) e também aprimorou as suas vestimentas e postura, próprias de um homem de estado que é hoje um nº 7 mundial. Aquilo também aconteceu com o seu antecessor (refiro-me à vestimenta e à postura), hoje nº 44 eborense. Ser o 7º mais “sexy” é tão espantoso como o caso da nomeação de Kabila, mas não tanto se a escolha tivesse recaído no seu rival Costa, o qual em 1993 achou que um burro era melhor do que um Ferrari demonstrando estar muito longe dos padrões estéticos indispensáveis a uma candidatura a líder “sexy”. (http://www.jn.pt/PaginaInicial/Interior.aspx?content_id=678939).
A Kirchner é que deveria ter ganho a medalha de ouro não fossem os habituais preconceitos machistas os quais, mais uma vez, justificam as leis sobre “quotas”. Também a diferença de apenas dois lugares com o Kabila é estranha e, eventualmente, só é explicável por complexos de culpa.
Depois dos sucessos de Portugal em vários campos mundiais, nomeadamente na ciência, na alta finança, na política e no desporto (não esquecendo, claro, o futebol) só faltava o domínio do sexo que o casto português impedia de referir.
Este 7º lugar do Pedro é uma honra nacional (hoje em dia são concedidas tantas que uma desta natureza não destoa) a qual passará a constar nas crónicas futuras e a fazer sombra na História de Portugal à figura de D. Fernando “O Formoso”.

D_Fernando e Passos.jpg

 São parecidos.

 

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publicado por Alea às 12:33

Viva o grande líder!

Segunda-feira, 15.04.13

Quem manda? Seguro, Seguro, Seguro.

                      

António José Seguro obteve nas eleições directas realizadas no passado dia 14 de Abril 96,53% dos votos.

O seu único opositor (natural da Madeira) Aires Pedro obteve 3,46% dos votos e declarou-se “satisfeitíssimo” com o resultado. Contas feitas, dos 25735 eleitores, 24843 votaram “seguro” e 892 “ais”.

Seguro vai assim nomear a larguíssima maioria dos 1845 delegados ao XIX do próximo congresso do PS que, por sua vez, elegerão os que farão parte dos órgãos dirigentes do partido.

Coreia do Norte? Não. Lá o resultado seria 99,99%.

Voto de louvor depois de uma saída “segura”, como aconteceu com a criatura Relvas no último Conselho Nacional do PSD? Não me admiraria.

Ambos, Seguro e Relvas, são os “merceeiros” dos seus partidos. Têm na mão as respectivas máquinas partidárias, incluindo, respectivamente, os  “ boys do Sócrates e os “yes men” do Durão. Ou será que Seguro tem estatuto de “homem de estado” e Relvas é apenas um “cordeiro imolado”?

O futuro dirá mas, em qualquer circunstância, não estará longe dos “supremos líderes” do denominado “bloco central”.

Seguro e Passos? "Espelho meu, espelho meu: há pior do que eu?".:

                        

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publicado por Alea às 15:16