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De novo a Besta

Terça-feira, 22.03.16

“E eu pus-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma besta (...). Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela? (...) e deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, e língua, e nação.(...) Se alguém tem ouvidos, ouça.(...) Se alguém matar à espada, necessário é que à espada seja morto.(...).

Apocalipse 13:1-18.

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Eram 8 da manhã em Bruxelas. A Besta atacou o metropolitano cheio de trabalhadores a caminho do emprego, crianças e adolescentes dirigindo-se a escolas e faculdades. Cidadãos cujo crime é o de serem apenas isso.

A Besta também atacou na mesma hora o aeroporto na zona de ”check in”, hora em que habitualmente se prepara a partida para os vôos transatlânticos.

"Não ataquem grandes edifícios como o World Trade Center, instalações militares como o Pentágono. Isso já não interessa: ataquem gente, espalhem o terror". Foi esta a orientação dada por um agente da Besta.

Hoje, é patente a impotência, a desorientação, o medo. A Besta ganhou outra batalha. Ganhará a guerra? Que fazer? Um enorme muro e transformar a Europa numa frágil fortaleza? Expulsar os migrantes suspeitos de coniventes da Besta misturando o trigo com o joio?

“Matai-os todos que depois Ele saberá distinguir os bons dos maus” foram as ordens de Simon de Beaufort na cruzada papal contra os Cátaros no sul da França na segunda década do século XIII. Matar, expulsar todos (por avião, barco ou combóio) como fizeram no passado os nazis? É claro que não como em 1220 ou em 1940 mas não esquecer o passado porque a Besta está, de facto e dizem que em resultado do “pecado original”, em maior ou menor grau dentro de nós.

Para já, avança-se com a construção de muros fronteiriços e com políticas incompetentes porque insuficientes para estancar a corrente de refugiados. A Europa não sabe ou não quer lidar com o problema. Entretanto, são milhões a migrar, milhares no caminho da fuga, centenas a morrer no Mediterrâneo, cidades demolidas, património mundial destruído, pacíficos cidadãos mortos em Londres, Paris, Madrid, Bruxelas. Será possível abraçar quem desconfiamos?

Resolver a questão da Síria? Sim, certamente mas não só. Há tantas sírias em potência! A Líbia, a Etiópia, o Afeganistão, e, e, e...

O problema é essencialmente político. As declarações de solidariedade dos dirigentes políticos são sempre as mesmas e inconsequentes. Para quando a criação de um organismo integrado de segurança europeu?

Quem compra petróleo à Besta? Quem vende explosivos e armas à Besta? Quem, quem? As organizações de segurança europeias ainda não sabem? Já era tempo. Quem organiza a Besta?

A Europol estima que haja 3.000 a 5.000 europeus com ligações ao extremismo islâmico...

Porque não há (ainda até hoje) estreita cooperação entre as agências de informação ocidentais? (só hoje tomei conhecimento da importância do papel das autoridades marroquinas no combate ao terrorismo).

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 "Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Seu número é seiscentos e sessenta e seis”, é o que diz uma das traduções do versículo 18.

E a partir de então, os conhecedores das Escrituras passaram a associar o número "666" à Besta e a tudo o que está relacionado com o maligno, porque por hermeneutica (atribuição de um valor numérico a cada palavra) “616” (número do homem Calígula) é, segundo os especialistas, o número da Besta (e não “666”, mais fácil de reter). Porque não o número 4, número da Morte para a hermeneutica asiática?

Se alguém matar à espada, necessário é que à espada seja morto.(...).

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publicado por Alea às 16:36

O DAESH e a a Arábia Saudita

Quarta-feira, 16.12.15
 
 

Extractos do diário “Público” do passado dia 15 de Dezembro:
“A Arábia Saudita anunciou que 34 países maioritariamente islâmicos, do Médio Oriente, África e Ásia, se juntaram numa nova coligação militar para combater o terrorismo. O centro de operações será em Riad.
O anúncio ocorre num contexto de pressão internacional para um maior envolvimento de Estados muçulmanos na luta contra o autoproclamado Estado Islâmico (EI). (...) a coligação não se focará apenas no combate ao EI disse (...) o ministro saudita da Defesa, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman.
http://www.publico.pt/mundo/noticia/arabia-saudita-anuncia-coligacao-islamica-antiterrorista-1717463

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A iniciativa “partiu da vigilância do mundo islâmico na luta contra esta doença [extremismo islâmico] que causou estragos ao mundo islâmico (...) Actualmente, cada país muçulmano combate o terrorismo individualmente …coordenar esforços é muito importante (...) o islão proíbe a corrupção e a destruição do mundo e (que o terrorismo é uma) grave violação da dignidade e dos direitos, especialmente do direito à vida e do direito à segurança “.
A lista inclui um vasto leque de países, da Turquia, que pertence à NATO, às Ilhas Comores (...). A Guiné-Conacri e a Somália são outros participantes. Como seria previsível, a coligação não inclui o Irão xiita, principal rival regional da Arábia Saudita sunita. Afeganistão, Iraque e Síria também não fazem parte. (...).
A Arábia Saudita integra, assim, a coligação contra o EI liderada pelos Estados Unidos e lidera uma intervenção militar no Iémen contra os combatentes houthi, uma tribo xiita.(...) Para além dos 34, dez outros “países islâmicos”, incluindo a Indonésia, o mais populoso país muçulmano do mundo, manifestaram o seu apoio. (...).
Os países da coligação são:
Arábia Saudita, Bahrain, Bangladesh, Benim, Chade, Costa do Marfim, Djibuti, Egipto, Emirados Árabes Unidos, Gabão, Guiné-Conacri, Iémen, Ilhas Comores, Jordânia, Kuwait, Líbano, Líbia, Malásia, Maldivas, Mali, Marrocos, Mauritânia, Níger, Nigéria, Paquistão, Palestina, Qatar, Senegal, Serra Leoa, Somália, Sudão, Togo, Tunísia, Turquia."
Esta coligação é fundamental para o combate e derrota do DAESH mas segundo observadores atentos e credíveis:
“O Estado Islâmico sempre existiu, é a Arábia Saudita”
http://www.publico.pt/mundo/noticia/o-estado-islamico-sempre-existiu-e-a-arabia-saudita-1716649

O futuro dirá mas a esperança é pouca e o efectivo empenho desta coligação islâmica deveria merecer muitas reservas.

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publicado por Alea às 12:24

A Besta

Quarta-feira, 15.04.15
 
 

“E foi-lhe permitido fazer guerra aos santos e vencê-los; e deu-se-lhe poder sobre toda a tribo, e língua, e nação” (Apocalipse 13.7).

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Mosul, Nimrud e Hatra foram os locais do Iraque, com valiosíssimo património histórico, escolhidos pelo Exército Islâmico (“EI”) para outro tipo de decapitações filmadas.
Aquela cambada de bestas sanguinárias destruiu, nos passados meses de Fevereiro e Março, à bomba e à marretada um espólio cultural e arqueológico de valor histórico incalculavel.
O Iraque deixou de ter interesse económico para as potências ocidentais as quais, por isso, não mobilizaram em devido tempo meios militares que impedissem o crescimento e a dispersão deste novo terrorismo. Hoje em dia, o “Exercito Islâmico” controla um enorme território descontínuo, desde a Síria à Líbia, com vassalos no centro de África - como é o caso do Boko Haram que se movimenta na Nigéria, no Tchad, no Niger, nos Camarões, matando e raptando civis, queimando aldeias inteiras – e com “células” já instaladas em alguns países ocidentais. Em Espanha, por exemplo.
Hoje o “EI” ultrapassou a pura acção militar e governa os territórios que controla, com o apoio de grande parte da população. Uma acção militar nestas circunstâncias levanta problemas que ultrapassam a luta antiterrorista e a mera antiguerrilha. A passividade das Nações Unidas é escandalosa. Tudo isto não mereceu uma única palavra do Governo, do Parlamento, da Presidência de Portugal, todos embrenhados em importantíssimas questões domésticas. Por outro lado, os G7 reunidos esta semana na Alemanha pronunciaram-se sobre a questão o que é de assinalar e de aplaudir mas quais as suas consequências na prática?.


Mosul: a 400 km a norte de Bagdad, localiza-se na margem direita do rio Tigre oposta à antiga cidade de Nineve. O profeta Jonas tem lá o seu túmulo. Em 2008 a sua população era estimada em 1.800.000 almas. Ocupada pelo “EI” em 2014 só os arábes sunitas lá permaneceram, 500.000 habitantes fugiram. Em Fevereiro de 2015 as bestas sanguinárias destruiram à marretada as estátuas do museu da cidade e o sítio arqueológico de Nergal.

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A selvajaria foi justificada em termos religiosos. Perdeu-se, assim, uma herança cultural da Assíria. No entanto, os curadores do museu de Mosul vieram afirmar que o destruído não passava de cópias de gesso e que os originais se mantêm preservados e a salvo (?). Seja como for, a UNESCO pediu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para análise da situação e definição das medidas a tomar. Para quê? Para sossego das consciências. Estamos em Abril e nada.


Nimrud: a 30 km a sul de Mosul, data do 13º século a.C. e era a maior cidade da Assíria entre 210 e 610 a.C. O seu nome vem de Nimrod bisneto de Noé. Aqui as armas da destruição utilizadas em Março de 2015 foram mais potentes: explosivos e “buldozers”. Diz uma das bestas sanguinárias: “Destruímos os símbolos do politeísmo (...) destruiremos as campas e os templos dos Xiitas, esmagaremos as cruzes cristãs e e demoliremos a Casa Negra (Casa Branca), morada dos infiéis.

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Hatra: a 290 km a noroeste de Bagdade foi construída pelo império Seleucida no 3º século a.C. e foi capital do 1º reino árabe que se estendia até Petra passando por Palmira. Famosa pelo seu grande templo com 30 m de altura, era uma importante fronteira fortificada que resistiu aos ataques de Roma (Trajano, Septimo Severo) e que derrotou os persas mas, em 241, a.C. caíu finalmente sob o seu domínio e foi destruída. Tinha uma dupla muralha com 2 km de diâmetro e com 160 torres. No passado mês de Março de 2015 as bestas sanguinárias destruiram as suas ruínas.

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 “Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?” (Apocalipse 13.4)

 

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publicado por Alea às 16:55