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Sunitas e Xiitas. As guerras no Médio Oriente

Domingo, 11.06.17

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Com a devida vénia, transcrevem-se a seguir extractos do último artigo de Vasco Pulido Valente no Observador de 11 de Junho de 2017 intitulado "O Ocidente e o Islão":

http://observador.pt/opiniao/o-ocidente-e-o-islao/

"O terceiro atentado terrorista em Inglaterra desde Março produziu os lugares comuns do costume. (…).As causas são claras. Em primeiro lugar, a América estabeleceu uma base na “terra santa” da Arábia e a seguir começou duas guerras em países muçulmanos: no Iraque e no Afeganistão. Esta criminosa estupidez está em grande parte na origem da violência que veio depois. (…). O islão é um mundo em crise, um mundo imerso numa guerra religiosa, que se confunde, como invariavelmente sucede, com a luta pela hegemonia de um bilião de muçulmanos.

Qualquer intervenção de fora implica duas consequências. Por um lado, favorece uma facção ou facções dos beligerantes. Por outro, leva a América e as potências da Europa a conduzir elas mesmas uma guerra por interposta pessoa. (…).

Para as nações da Europa que têm comunidades islâmicas, o problema é mais complicado. Os tempos do consumo e da boa cidadania passaram com a paragem ou quase paragem do crescimento, com o desemprego (principalmente dos jovens) e com a criação de guetos em bairros suburbanos ou simplesmente com a falta de habitação (…). Perante a pobreza e a perspectiva de uma existência sem destino nada mais natural que, por mais assimilados que tencionassem ser, os muçulmanos ou os filhos de muçulmanos dirijam a sua raiva contra uma civilização que os seus preceitos religiosos radicalmente condenam (…). A maioria pacífica acabou por se tornar numa pequena minoria europeizada e próspera; o resto oscila.

Por essa razão, a análise académica do tipo e da metodologia dos atentados não ajuda muito. Por mais fina que seja a rede de segurança alguém escapará. O mal deve ser cortado pela raiz: retirar, nem que seja por fases, toda a interferência no islão (militar, económica e política); rejeitar o multiculturalismo tão querido à “inteligência” da esquerda; diminuir drasticamente a imigração; e por muito que doa à sra. Merkel, não aceitar nem mais um único refugiado."

 

Esta solução radical e impossível seria, na minha opinião, muito mais eficaz do que as implementadas até à data. Mas, como Vasco Pulido Valente adverte no seu artigo, "os interesses que se opõem a uma medida tão drástica nunca o permitiram".                                   

                                                     %População.jpg

Muito resumidamente e para melhor entendimento do assunto:

As guerras no mundo muçulmano datam do califato Umayyada constituído em 661 após o assassinato de Ali, genro do Profeta. Era um califato proto-Xiita que durou até 750, baseado no Iraque (cidades de Kufa e de Basra). Depois e até à conquista mongol, instalou-se o califato proto-sunita Abássida da família do tio paterno do Profeta Abbas b. Abd al- Mutattalib com capital na Síria. A cor preta foi eleita como uma espécie de símbolo e era a utilizada no vestuário da corte abássida. Hoje é a cor do estandarte do "estado" islâmico, o sunita Daesh responsável pelo recente e mortífero na chiita cidade de Bagdade.

Pode dizer-se que hoje em dia aqueles dois ramos do islão, em guerra permanente, se localizam principalmente, por um lado, os sunitas na Síria, na Arábia Saudita e, também, no Afeganistão, no Paquistão na Jordânia, Kuwait, Iémen, Emiratos Árabes Unidos, Egipto, Tunísia, Qatar, Líbia e Turquia.

Por outro lado, os Xiitas são maioria no Irão, Azerbaijão, Bahrein, Iraque e Líbano.

Talvez esta distribuição geográfica contribua para uma melhor compreensão sobre as guerras em algumas daquelas regiões e o porquê de quem apoia quem.

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publicado por Alea às 16:28


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